quinta-feira, 24 de maio de 2001

Desabafos repentinos de 2001

 Arre! Por isso que ando sempre, e intensamente, com papéis: para que não me ocorram as idéias e elas se me escapem! Ou pior ainda: se me ocorram sentimentos e eles se percam no instante em que viram passado. Interessante essa coisa do tempo: existe um presente, que é eterno, que me acompanha aonde quer que eu exista. E olhando de um lado ele se chama passado; e olhando de outro, futuro. Para ser presente basta olhar o que não se olha. Ma se penso nisso...eis que hei passado. Prometi que não ia escrever por um tempo. Mas a arte tem esse gozo de nos despertar as coisas mais vãs, as mais doces bobagens, daquelas impossíveis de serem caladas. Sim, porque se for ver, as coisas mais belas são as mais bobas: "Mamãe!", "Que saudade..." "Te amo." "Hummmmm..." "Hum" foi realmente ótimo!

RIR! É a coisa que faço melhor! Numa orientação vocacional - O que você gosta de fazer?, e eu: RIIIIIR!! O que posso ser rindo? Difícil rir neste mundo adulto sisudo. Adulto não ri - sorri. SÓ-RI. Só.

segunda-feira, 21 de maio de 2001

Às vezes eu penso que sei tudo e não sei nada

 Às vezes eu penso que sei tudo e não sei nada.

Foi assim que começou a nossa história. Por mais que se viva, sempre há o que aprender com as pessoas.

Eu, nos meus 20 anos, me sinto como uma velha. Uma velha que sabe muitas coisas. Mas....que nada. Sou apenas uma menina de 20 anos. Uma menina que guarda as lições da vida bem no coração.

De certa forma, eu me machuco muito. Comparo meu coração com aqueles meninos bem travessos, que vivem se metendo em estripolias e seus joelhos já ganharam uma coloração natural de mertiolate. O meu coração é assim: verlho não por causa do sangue nas veias, mas do mertiolate...na alma.

Sorrio. Nem sei de quê. A dor agora parece fazer cócegas. Acho que não tenho mais o que fazer a não ser rir. Rir! Porque se me fixo na dor, parece que enlouqueço. Volto à infância e vejo duendes e pulo nas costas do meu pai. Ah, tempos felizes!

Não que agora não sejam, entenda. São sim e muito! Mas fazem parte essas lágrimas e delas eu não gosto muito...Alguns conseguem ver certa beleza, certo brilho nelas. Hum, certamente eu não. Aceito-as mas não de muito bom grado. Arre.

Frenético Vazio

 A lágrima brilha no altar do rosto

Sabor do desgosto - temia agosto

e gosto do gosto

salgado de dor.


Brilho de amor e...ah!, tantas rimas!

"Pavor", "horror"

Quantas delas sabem as meninas.

Lindas, alegres - isso entristece.


Porque as pessoas percebem a força

mas na hora da queda

ninguém lá está.


E é bom se jogar sozinho

um certo suicídio num abismo uterino

em que se volta para dentro

em frenético vazio.